3- As Placas de Maldição e a origem do termo «Amarração»
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Na Grecia e em Roma, era contudo mais frequente executar bruxaria através das Placas de Maldições, que eram folhas de chumbo preparadas para a realização de actos mágicos e espirituais. |
Na verdade, todo o trabalho de bruxaria era feito por via de uma maldição, e todo esse trabalho por sua vez era denominado uma «amarração».
Explica-se:
- a amarração visava «amarrar» a pessoa visada pela bruxaria a um certo fim, a um certo destino.
Por isso se dizia que uma pessoa embruxada tinha sido «amarrada», pois a vida dessa pessoa tinha sido restringida de forma a que certo efeitos lhe sucedessem.
Daí o termo «amarração», que era igual a dizer que a pessoa fora «amarrada», ou «constrangida», ou «condicionada» de forma a que certos efeitos lhe sucedam na vida.
Na antiguidade, dizer que alguém tinha sido amarrado, era equivalente a dizer que alguem tinha sido embruxado, fosse para que finalidade fosse.
Mas o termo esotérico de «amarração» tem outra origem e explicação, esta talvez mais técnica do ponto de vista da metodologia mística.
Nesses tempos ancestrais, atraves do processo magico, entendia-se que a alma da pessoa visada pela bruxaria era amarrada a um espírito de um morto, sendo que o espírito desse morto iria ficar na vida da pessoa amaldiçoada, até que esse espírito do falecido fizesse cumprir o objectivo da bruxaria na vida dessa pessoa enfeitiçada.
Para melhor entender:
os cemitérios ou as suas imediações, eram por isso tidos como locais férteis para a pratica de bruxarias, porquanto neles abundavam espíritos de mortos.
A placa de maldição, onde estavam inscritas orações de conjuro, a maldição e o nome da vitima, era amarrada á mao do morto, ou amarrada ao corpo do morto.
Desta forma, procurava-se que o espírito do defunto a quem a bruxaria foi amarrada, se encarregasse de ir para a vida da pessoa embruxada e cumprisse a missão que lhe foi encomendada.
No fundo, o contacto da placa de maldição com o morto, deveria levar a vitima e ser restringida pela acção do espírito desse mesmo morto.
A vitima era quase sempre assinalada na Placa de Maldição pelo seu nome e pelo nome da sua mãe, pois a mãe era uma fonte segura de identificação certa da vitima, ao passo que a identificação do pai poderia levar a equívocos.
Dessa situação, falava o provérbio latim, ao declarar: «Pater incertus, Mater certa».